domingo, setembro 21, 2014

Como a linguagem corporal pode ajudá-lo numa entrevista
Não há uma segunda oportunidade para criar uma primeira impressão. Saiba como a linguagem corporal pode ajudá-lo numa entrevista de emprego.

por Rute Gonçalves Marques 03 set 2014Publicado em: Carreira Desemprego Particulares Trabalho


 linguagem, corporal, entrevista, empregoQuando comunicamos, os gestos, as expressões faciais e a postura corporal transmitem tanto, ou mais, a mensagem que queremos passar como aquilo que dizemos. Aliás, alguns estudos científicos dizem que a linguagem corporal vale mais de 60% do processo de comunicação. Porém, desde crianças que somos ensinados a prestar atenção à forma como escrevemos e às palavras que utilizamos nos discursos mas não somos educados a utilizar o nosso corpo e face de forma a dar significado adicional às palavras que usamos.

Numa entrevista de emprego a linguagem corporal tem ainda mais impacto, pois pode influenciar o sucesso ou não da mesma. A forma como o corpo se manifesta poderá reforçar o que está a dizer ou fazer exatamente o contrário, contradizer as palavras que profere. Ao enviar mensagens contraditórias a credibilidade do entrevistado pode sair beliscada e transmitir uma imagem de insegurança. Por exemplo, as pessoas que procuram emprego, por vezes, estão tão traumatizadas pela procura que podem transparecer negatividade mesmo quando estão a falar dos seus pontos fortes e essa ansiedade pode revelar rigidez e falta de segurança.

Tudo isto pode ser treinado sem correr o risco de parecer artificial e pouco sincero, diz-nos António Sacavém, especialista em linguagem corporal e fundador da Microexpressões Faciais. “Costumo dar o seguinte exemplo: Quando aprendemos a conduzir parece-nos quase impossível conjugar o pisca, o volante, o acelerador e o travão, porque estes movimentos não estão articulados, mas passado algum tempo já conduzimos “sem pensar” enquanto temos uma conversa com o passageiro do lado”, diz o especialista. É isto que acontece com a linguagem corporal. É necessário treinar a interiorização do que dizemos com aquilo que o corpo manifesta e, ao longo do tempo, esse processo passa para níveis subliminares. “Através do trabalho do esquema mental emerge a autenticidade, mas primeiro é preciso treinar”, prossegue.



Linguagem corporal: Primeira impressão
“Não há uma segunda oportunidade para criar uma primeira impressão”, diz-nos a sabedoria popular e numa entrevista de emprego esta máxima aplica-se na perfeição. É o momento da verdade. Quando o entrevistador toma contacto, pela primeira vez, com inúmeros candidatos e a primeira impressão tirada nos primeiros seis segundos é crucial, pois vai influenciar tudo que acontece a seguir. Ainda não houve uma palavra dita, mas já há uma impressão definida.

Nesta fase já não se pode esconder atrás de um currículo bonito e bem feito, a comunicação é preponderante, sobretudo a integração entre a verbal com a não-verbal. “Há um conjunto de gestos que acontecem sem ter havido conversa, como a forma como a pessoa se dirige ao entrevistador: vai a olhar para baixo ou vai procurando focar nos olhos da pessoa com quem vai comunicar? Vai com um passo decidido e firme ou indeciso? Vai com o tronco direito ou curvo?”, Explica António Sacavém.

É importante andar com um passo decidido, ir com o corpo direito e olhar para a frente, estabelecer algum contacto visual ainda que seja à distância. A face deve estar descontraída, mas transmitir um sorriso de atitude positiva. “Depois há a questão do aperto de mão, este deve firme. Porém, um homem deve evitar apertar demasiado a mão de uma mulher e deve também evitar o aperto de mão ‘peixe molhado’ – ter a mão suada ou muito fria ou mole, porque transmite fraqueza”, prossegue o especialista.



Corpo em sintonia com as palavras
Numa segunda fase, a primeira impressão está estabelecida. O candidato senta-se e vai começar a comunicar. “É importante salientar que os recrutadores cada vez menos utilizam as grandes secretárias para que possam ver a totalidade da linguagem corporal, nomeadamente para perceber se está à vontade e confiante”, diz o fundador da Microexpressões Faciais.

Para transmitir uma imagem de confiança, é importante que se sente bem, com o tronco direito, ligeiramente inclinado para a frente. Evite estar para trás na cadeira, com uma linguagem corporal demasiado descontraída, com os braços caídos.



Como ter os braços e pernas
Ter as pernas cruzadas é sinal de insegurança? “Isso é um mito!”, responde prontamente António Sacavém. “Remontando à evolução do homem, o nosso sistema límbico, que controla as emoções, não nos permite estar com as pernas cruzadas quando estamos diante de perigo. Logo é um sinal de confiança e de conforto psicológico”, prossegue. Deve-se, no entanto, evitar o cruzamento “do quatro”, típico dos homens em que se cruza as pernas com o tornozelo sobre o joelho, porque é um movimento que pode indicar uma postura de conquista de território e estando no papel de candidato não é aconselhável.

Já no que diz respeito aos braços, a questão é outra. Numa entrevista de emprego deve evitar ter os membros superiores cruzados, sobretudo se previamente as mãos estavam em cima da mesa, “porque isso dá uma informação muito clara que está a defender-se. Não é o braço cruzado em si, é o movimento de ter cruzado os braços naquela altura em que senti desconforto”, explica.



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